Quem Somos

Sangue do
mesmo sangue

Sobre nós

Somos uma ONG

O Projeto Luna é uma organização sem fins lucrativos, financiada por doações e parcerias com empresas sensíveis à causa, que trabalha para combater a pobreza menstrual e o estigma em relação à menstruação.

Nossa atuação está focado na doação de kits de saúde menstrual a pessoas em situação de vulnerabilidade, bem como na divulgação de dados e informações a respeito do tema, visando educar e gerar conscientização em relação aos impactos sociais e econômicos associados à pobreza menstrual.

História da ONG

Fundada em agosto de 2020 por Victoria Dezembro, o Projeto Luna nasceu de uma preocupação despertada por um artigo que descrevia a situação desumana das presidiárias brasileiras que por conta da ausência do absorvente, improvisavam com miolo de pão.

Porque luna

A lua, a maré e
o ciclo menstrual.

“Mens”, lua em grego, é também o prefixo da palavra menstruação, indicando a relação direta entre esse perídodo do ciclo feminino e a lua. Como regente das marés, a Lua também orquestra nossas águas internas, e rege ciclos, fluxos e emoções.

Assim como a lua, nosso ciclo é composto de quatro fases
e dura em média 29 dias.

Perguntas frequentes

Respondemos o que
você mais quer saber

  • Quais são os corpos que menstruam?

    Apesar da menstruação ser “tradicionalmente” associada ao feminino, ela não é exclusiva de mulheres cisgênero.

    A menstruação é uma função biológica e não uma “coisa de mulher”. Afinal, não é só por que você é mulher que significa que você menstrua. Algumas mulheres não menstruam por uma variedade de fatores e condições médicas; outras, por serem transgênero ou intersexo. Ao mesmo tempo, há pessoas que menstruam e não são mulheres. Homens trans, homens intersexuais, queer e pessoas não-binárias passam pela menstruação ao menos em algum momento de suas vidas.

    Cisgênero: a condição da pessoa cuja identidade de gênero corresponde ao gênero que lhe foi atribuído no nascimento. Por exemplo, alguém que se identifica como mulher e foi designada como mulher ao nascer é uma mulher cisgênera.

    Vamos quebrar o tabu em torno da menstruação sem deixar ninguém de fora!

    Homem Trans: é uma pessoa que nasceu com o aparelho reprodutor feminino (em geral, vulva, vagina, clitóris, útero, trompa e ovários), mas se identifica como mulher.

    Intersexual: é o termo usado para descrever pessoas que nascem com características sexuais biológicas que não se encaixam nas categorias típicas do sexo feminino ou masculino. Uma pessoa pode nascer com a genitália correspondente a um sexo e ter um sistema reprodutor de outro. Também é possível ser reconhecido geneticamente como do sexo masculino, mas ter características hormonais femininas.

    Não-binário: é um dos muitos termos usados para descrever pessoas cuja identidade de gênero não é nem inteiramente masculina nem inteiramente feminina. Os indivíduos que são não-binários podem usar outros termos também como o agênero, queer, ou genderqueer.

    Queer: pode ser considerado um termo “guarda-chuva”, englobando minorias sexuais e de gênero que não são heterossexuais ou cisgênero.

  • Por que o Projeto Luna distribui absorventes descartáveis?

    O Projeto Luna ama e incentiva que todos usem artigos menstruais reutilizáveis como as calcinhas absorventes e os coletores menstruais, por serem opções mais ecológicas e saudáveis. Porém esses artigos não são uma opção realista para aqueles que vivem em situação de rua. Vamos explicar o porquê:

    • Para a higienização adequada de artigos reutilizáveis,  como as calcinhas absorventes,  é necessário acesso a água corrente, produtos de limpeza e um local para secá-las, preferencialmente ao sol.
    • Quanto aos coletores menstruais, a higienização requer que a pessoa tenha acesso a um fogão ou a um microondas, além de uma panela com água limpa para ferver e limpar o copinho.
  • Qual o impacto econômico causado pela pobreza menstrual?

    A pobreza menstrual é uma questão de saúde pública, mas também é muito mais do que isso. Quando meninas são forçadas a abandonar a escola porque não têm o que precisam para controlar sua menstruação, a menstruação também se torna uma questão social e econômica.

    A cada 1% de aumento na proporção de mulheres com ensino médio, a renda per capita anual de um país aumenta 0,3%.

    Fechar a lacuna de desemprego entre meninas e meninos adolescentes resultaria em um aumento de até 1,2% no PIB em um ano.

    No limite, são médicas, engenheiras e professoras das quais a sociedade abre mão, tornando-se mais pobre em muitos aspectos, inclusive o econômico.

  • O que é o '’tampon tax'’?

    “Tampon tax” é o nome que foi dado para o movimento que pede o fim dos tributos sobre artigos menstruais, como os absorventes e O.B.s. Tais produtos são itens de higiene pessoal imprescindíveis, visto que a menstruação é um processo fisiológico, natural e cotidiano. Esta condição é inerente à maioria das mulheres e, portanto, inevitável.

    O Brasil é um dos países que mais tributam o absorvente higiênico, totalizando 34,48% do valor, conforme informações do próprio governo, extraídas no site Impostômetro. Apesar de atualmente esses itens estarem sujeitos à alíquota zero do IPI, o ideal seria estabelecer a sua isenção em lei, para evitar que haja alteração a qualquer momento por meio de decreto.

    Como causa desse cenário de pobreza menstrual, a tributação é um fator marcante da falta de acessibilidade de todas as pessoas que menstruam aos absorventes higiênicos, pois raramente o produto se aproveita de isenção fiscal, e sua carga tributária é excessivamente alta se comparada aos produtos de cesta básica.

    Em levantamento realizado pelo jornal Nexo, o brasileiro(a) paga até R$ 4.849,00 apenas de impostos sobre absorventes íntimos ao longo de sua vida, tomando por base um período total de 2.500 dias menstruado(a) (média de 4 absorventes por dia, 5 dias de menstruação mensais e idade fértil dos 12 aos 51 anos).

    Ademais, não obstante seja esse o cenário atual interno, cabe ressaltar que vários países já excluíram os impostos incidentes sobre os absorventes, como, por exemplo: Canadá, Irlanda, Austrália, Índia, Colômbia, Holanda, Espanha, Quênia, Uganda, Malásia, Reino Unido, dentre outros. Outros países reduziram drasticamente suas alíquotas, como é o caso da França e Itália. A Escócia, inclusive, aprovou, em fevereiro de 2021, projeto que objetiva disponibilizar gratuitamente produtos relacionados à menstruação e, com isso, se tornará o primeiro país do mundo a avançar nesse propósito. Nos Estados Unidos da América, a luta pelo fim do tampon tax já conseguiu que 20 dos 50 Estados eliminem os impostos sobre esses produtos.

    A luta pela isenção da tributação de absorventes no Brasil perpassa, além do discurso de igualdade social, por uma análise da carga tributária imposta à mulher – eminentemente inconstitucional –, uma vez que esta torna-se refém de uma tributação incidente sobre produtos essenciais utilizados exclusivamente pelo público feminino, em decorrência de sua própria fisiologia, deixando-a sem opção. Nota-se que não há qualquer correspondente para os homens.